quarta-feira, 19 de julho de 2017

Machu Picchu

O oitavo dia da nossa viagem era, com certeza, o mais aguardado por todos nós.
Acordamos bem cedo naquele sábado, a nossa saída do hotel era às 6h (como normalmente as pessoas que estão em Cusco vão para Machu Picchu, o hotel já está preparado e inicia o café da manhã bem cedo).
Nossa maior preocupação era o clima, não podia chover e nem estar nublado de mais, pois é comum, em dias úmidos, ter muita neblina em Machu Picchu, o que atrapalha a visibilidade e, como Machu Picchu é no meio da selva, é normal ser bem úmido. Mas, por sorte, não choveu e o tempo ficou nublado, mas não o suficiente para atrapalhar nosso passeio.


Fomos de van até a cidade de Ollantaytambo, aproximadamente 1h40min, onde fica a estação em que pegamos o trem que leva até Águas Calientes, o povoado base de Machu Picchu.

Nosso trem saiu da estação de Ollantaytambo por volta das 7:45, a viagem é tranquila, porém demorada, pois o trem é bem lento, mas, apesar disso, passa rápido, já que queríamos ver o trajeto e apreciar a viagem. Fomos pela empresa Peru Rail, existe outra também, a Inca Rail, assim como também existem trens que saem de estações mais próximas de Cusco, onde é possível ir de táxi, porém a variedade de horários é mais limitada. O que alguns turistas fazem é passar a noite em Ollantaytambo ou em Águas Calientes, e fazer a visita a Machu Picchu no dia seguinte, assim não precisam acordar tão cedo.



Chegamos em Águas Calientes um pouco antes das 10h, e fomos direto para a saída dos ônibus que levam às ruínas de Machu Picchu. Tem uma fila, mas é muito rápida, pois são diversos ônibus que saem praticamente um atrás do outro. Essa subida até Machu Picchu é muito íngreme, e leva 20 minutos. O ônibus nos deixa exatamente em frente da entrada do parque arqueológico. Para chegar até as ruínas, é preciso caminhar por uns 10 minutos por uma trilha um pouco irregular, com subida e alguns degraus bem altos.





Durante toda nossa visitação à cidade inca, fomos acompanhados por um guia que falava português. Seguimos a trilha convencional, que leva duas horas (com as explicações do Guia, mas sem muitas paradas para contemplação). A trilha é uma mão única, você inicia o percurso em um lado e termina em outro onde já é a saída do parque, porém, o ingresso permite que você acesse Machu Picchu até três vezes no mesmo dia.

























Chegar em Machu Picchu, foi uma das experiências mais incríveis que já vivemos, primeiro a ansiedade até chegar, depois a incredulidade de estar diante de uma das 7 maravilhas do mundo moderno, já tivemos a oportunidade de ver outras, mas essa, sem dúvida é a mais mística de todas e, a maneira que a natureza e a obra humana estão incorporadas, é fascinante, vemos de forma prática o respeito que o povo Inca (apesar de todos os defeitos que poderiam ter e até crueldade com outros povos) tinham pela natureza, a Mãe Natureza ou Pacha Mama, uma das principais divindades da cultura, relacionada à natureza, ao feminino, à terra que produz.





Quando temos a visão ampla da cidade, a do "cartão postal", entendemos a verdadeira importância de Machu Picchu. Está longe de ser a maior ou mais relevante obra Inca, mas por ter sido descoberta apenas em 1911 (descoberta para o mundo, pois já se sabia da sua existência antes disso) e ter escapado de saqueadores e vândalos é, certamente a mais conservada de todas (apenas os telhados, que eram feitos de palha, não existem mais).






Depois das duas horas do nosso tour, chegamos ao final do trajeto, onde é possível pegar um carimbo de Machu Picchu no passaporte. Assim como para subir, para descer é só aguardar na fila os ônibus chegarem, também muito rápido.



Até às 13h estávamos de volta a Águas Calientes, almoçamos no restaurante El Mapi By Inkaterra. Como não sabíamos como seria o passeio, nem quanto tempo levaríamos e não queríamos fazer nada com pressa, havíamos comprado a passagem de volta a Ollantaytambo no último horário de trem, às 18h20min. Tivemos que ficar algumas horas esperando, mas aproveitamos para conhecer um pouco mais de Águas Calientes, começou a chover um pouco e esfriar bastante (o que não nos incomodou, já que estávamos muito satisfeitos com tudo que vimos).





Chegamos de volta ao nosso hotel em Cusco por volta das 22h. Não saímos para jantar, pois, como sabíamos que chegaríamos muito tarde, já tínhamos comprado lanche na estação lá em Águas Calientes. Estávamos exaustos mas muito felizes!

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Cusco, o "umbigo do mundo" - Korikancha, Catedral Basílica da Virgem da Assunção, Sacqsayhuamán, Q'enqo e Tambomachay

No nosso sétimo dia de viagem, demos continuidade na nossa aventura inca fazendo um city tour por Cusco, incluindo algumas ruínas incas.



Saímos de manhã, não tão cedo dessa vez, às 9h. E começamos por Korikancha, o templo do Sol. Korikancha é o símbolo da imposição hispânica sobre a cultura inca, já que, os espanhóis construíram o suntuoso Convento de Santo Domingo sobre o templo Inca. Hoje este local representa perfeitamente a fusão das duas culturas, pois, ao adentrar no convento, é possível ver perfeitamente as estruturas que constituíam os templos Incas, entre eles o Templo do Sol. De acordo com os guias, antes dos espanhóis, as construções eram inteiramente cobertas por ouro, inclusive, segundo o relato de cronistas da época, havia um jardim, todo ele decorado com esculturas em ouro. Era em Korikancha que os membros das tribos conquistadas iam fazer suas oferendas, dentro do templo era o local de oração das mais altas personalidades da época. As pedras polidas utilizadas para fazer as construções e os encaixes harmoniosos impressionam.

Entrada do Convento de Santo Domingo

Parte interna do convento, construída de forma que cobrisse os templos incas

Estrutura Original de um templo Inca. 

Estrutura original de um templo Inca

Jardim onde, de acordo com cronistas da época, era inteiramente coberto de ouro
De lá, fomos para a Praça das Armas de Cusco. Pelos Incas era conhecida como Huacaypata, lugar de encontro. Essa praça é o principal cartão postal da cidade, concentra duas grandes obras e diversos serviços para turistas, como restaurantes e casas de câmbio. Foi nessa praça que o colonizador espanhol Francisco Pizarro declarou a conquista de Cusco. As grandes obras construídas na praça são o Templo de La Compañia de Jusus e a Catedral Basílica da Virgem da Assunção, esta última, foi a que tivemos a oportunidade de conhecer o interior.

Praça das Armas
Catedral Basílica da Virgem da Assunção e Templo de La Compañia de Jusus




Templo de La Compañia de Jusus




A Catedral Basílica da Virgem da Assunção começou a ser construída pelos espanhóis em 1560 e ficou pronta 100 anos mais tarde. A parte principal da catedral foi edificada sobre o local onde estava o palácio do Inca Wiracocha, e foram utilizadas para sua construção as pedras encontradas na fortaleza de Sacqsayhuamán, local que conhecemos mais tarde.
A catedral possui 3 grandes ambientes, 11 capelas e inúmeras esculturas e pinturas, réplicas feitas por indígenas de obras espanholas e outras obras originais indígenas. Durante a visita é possível observar a evolução das obras a medida que o índios vão "ganhando liberdade" de colocar sua própria identidade nas obras. Infelizmente não é possível fotografar o interior da igreja.




Em seguida, fomos de van até o complexo arqueológico de Sacqsayhuamán, localizado 2km do centro de Cusco. Sacqsayhuamán foi construída para fins militares, em 1438, como um tipo de fortaleza para proteger a cidade de tribos invasoras. Hoje, podemos ver apenas 20% do que um dia foi Sacqsayhuamán, pois os espanhóis utilizaram as pedras que encontraram lá para construir casas e prédios em Cusco. Ainda assim, as pedras que restaram impressionam muito pelo tamanho e a forma inimaginável de como foram encaixadas umas nas outras.








Seguindo pelo complexo arqueológico de Cusco, fomos a Q'enqo, mais ou menos 4km de distância da cidade. Este lugar, imagina-se, era utilizado para ritos, por fora, tem formato semilunar, como um anfiteatro, que poderia ser utilizado altar ou tribunal, por exemplo. a parte interna é formada por galerias subterrâneas e, no centro, uma grande pedra lisa e muito gelada (devido a sua localização e posição) possivelmente utilizada como mesa mortuária onde os corpos eram embalsamados.









De Q'enqo fomos para  Tambomachay. Aproximadamente 5km de Cusco, Tambomachay era o templo de adoração à água, também conhecido como Banho do Inca, servia como local de descanso e refresco para os Incas durante suas jornadas. A água que sai pelas pequenas fontes de Tambomachay é direcionada para lá através de um complexo sistema de aquedutos que funciona até hoje.







Eram aproximadamente 14h quando encerramos nosso city tour. O guia nos deixou na Praça das Armas e, como ninguém é de ferro, fomos almoçar no KFC. Após o almoço, parte do nosso grupo optou em ir para o hotel descansar, enquanto isso, fomos dar mais algumas voltas por Cusco.

Aproveitamos para caminhar pelo centro com muita calma, aproveitando a energia maravilhosa que essa cidade passa. Meus amigos! Que lugar! Ao mesmo tempo em que tem turistas do mundo todo por todas as partes, ela conserva uma simplicidade e uma originalidade que faz a gente nunca mais querer ir embora de lá.

 














Entre nossas caminhadas aproveitamos para conhecer a pedra de 12 ângulos, 12 ângulos que encaixam-se perfeitamente com as outra pedras, simbolizando o máximo da perfeição arquitetônica Inca, por isso sua importância.


Também fomos até o Mercado São Pedro, uma espécie de mercado público que vende tudo, literalmente "junto e misturado" são souvenires, carnes, frutas, grão, pães.... expostos e vendidos em sua local. Não garantimos a higiene, mas com certeza é um lugar que vale conhecer, parece ser algo bem tradicional para os peruanos (não abre aos domingos).


Para finalizar a noite fomos Jantar na Praça das Armas, no Cava Mora Restobar